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Leandro Melo fala todas as suas novidades no "Bate-Papo Com"

O ator e bailarino está em cartaz com “Satã, um Show para Madame”, de Sexta a Domingo, sempre às 20h, no SESC Tijuca, Teatro 1. Até 29 de Novembro. Rio de Janeiro.

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Fotos: Divulgação/Reprodução

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Tenho preconceito por gente ignorante, que não procura respeitar o próximo. Que não quer dialogar para saber e entender o outro ser humano. Que se incomoda com o estilo, cor, orientação sexual de uma outra pessoa principalmente quando este não o afeta. Leandro melo

 

     Meu "Bate Papo Com" desta semana é com o ator e bailarino Leandro Melo, que conheci na nova montagem dos DZI Croquettes em “Bandalia” e, em seguida, interpretou de forma magistral, o personagem do lendário bailarino e coreografo Lennie Dale, na segunda temporada de “Elis: A Musical” no Oi Casa Grande. Atualmente está em cartaz com um espetáculo musical sobre Madame Satã, no SESC da Tijuca, até o dia 29 de Novembro, que ainda não tive oportunidade de assistir, mas irei com certeza!

 

Com vocês, Leandro Melo!!!

 

leandromeloator2João Luiz Azevedo: Como é a sua história artística? Onde começou? Onde deu os primeiros passos?
Leandro Melo: Eu canto desde os 6 anos de idade. Sempre gostei de arte, mas, no começo, era só paixão mesmo. Eu não pensava que isso poderia, um dia, se tornar minha profissão. Quando me mudei do Mato Grosso para Londrina/PR, após ter ganhado uma bolsa de estudos devido à minha vida de atleta (era atleta de handebol), comecei a notar que não queria seguir uma carreira no esporte, só não sabia o que iria fazer da vida. Daí, comecei a fazer Faculdade de Turismo. Mas a arte sempre me chamava e me instigava a me aventurar. Até que um dia, eu larguei o esporte, o turismo e resolvi me inscrever na escola de teatro, no ballet e voltei a fazer canto coral. Tudo surgiu de modo não planejado e eu fui me aprofundando mais e mais. Quando vi, já tinha me tornado ator e estava no mundo.

JLA: Quem foram os seus professores?
LM: Fiz teatro e ballet na Fundação Cultura Artística de Londrina FUNCART. Lá, não só aprendi o ofício do artista, mas também a querer ser um ser humano melhor para o mundo e a sobreviver neste mundo artístico, sem nunca esquecer quem sou e de onde venho. Agradeço de coração ter começado lá. Em São Paulo, estudei com Maiza Tempesta, no Teenbroadway, onde entrei no meu primeiro emprego em teatro musical. Fiz alguns cursos com a Fernanda Chamma e o Carlos Leça, na CAL, e com alguns grupos de teatro, como LUME, e recentemente com Cacá Carvalho. No canto, apesar de cantar desde os seis, faço aula só há três anos. Fiz aulas com um americano, em Londrina, que me deu muita base pra cuidar da minha voz. Em São Paulo, fiz aulas com Marconi Araujo em no Rio, Clarice Prieto, preparadora do DZI Croquettes!

JLA: Seus primeiros e principais trabalhos?
LM: Eu tenho o hábito de fazer trabalhos que geralmente ficam um bom tempo em cartaz. Mas aí vou intercalando com outros menores e assim já fiquei em cartaz de Terça a domingo no teatro, coisa que é muito difícil hoje! Fiquei na “Turma da Monica” um ano e meio, depois no DZI (Croquettes) 3 anos e “Elis” fiz a segunda temporada/Rio. Nesse período fiz shows na Lapa, e o “Madagascar" em São Paulo. Acho que para alguém que está só há, profissionalmente, 5 anos na carreira, estou indo bem! E estou muito feliz!

JLA: Conheci você na remontagem dos Dzi Croquetes e, em seguida, interpretando o Lennie Dale, na segunda montagem de “Elis – O Musical”. Como foi essa passagem dos Dzi para Lennie, parece tão óbvio, não?
LM: Pois é, como não acredito em coincidências, sei que era pra acontecer e não a hora que tinha que acontecer! Elis foi uma das primeiras cantoras que ouvi na minha vida, cantava Elis no “DZI” e depois fui fazer um DZI no “Elis”. E agora estou contando a história de Madame Satã, personagem pelo qual Lennie era fascinado também assim como eu! Não tem coincidência! É tudo encontro!

JLA: Como foi a caracterização do Lennie Dale?  Você assistiu filmes, vídeos? Tinha referência de quem foi ele e o quanto ele foi importante para toda uma geração de bailarinos?
LM: Todo este processo já existia em mim, já era do DZI Croquettes, já convivia com a figura mítica do Lennie havia três anos. Mas conversei com todo mundo que podia, pois eu queria fazer uma homenagem ao (por que não dizer?) meu avô, já que sou um DZI da nova geração e Lennie era o pai da primeira! O processo de entrar na peça foi bem puxado, peguei a peça toda em 10 dias e quando se entra em uma coisa pronta, você precisa seguir o que já está proposto pra não atrapalhar quem já está fazendo o espetáculo e, aos poucos, você vai dando sua nuance para as coisas. E Dennis (Carvalho, o diretor), Alonso (Barros, o coreógrafo) e Delia (Fisher, a diretora musical) me deixaram à vontade para colocar um pouco do meu tempero de DZI no Lennie. E eu tive que procurar também um Lennie que era pré DZI, que tinha acabado de chegar no Rio, ainda mais americanizado e balancear com o Lennie que as pessoas lembram, já super carioca. Foi tudo bem, me senti muito bem e foi feito de coração!

 

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JLA: Em seguida, vi você fazendo participação especial no “Cabaret Dulcina...”, no Teatro Rival. O que estes trabalhos têm em comum?
LM: Acho que todos eles são oportunidades que pessoas boas estão me dando de mostrar meu trabalho e, mostrar, acima de tudo, que é possível ser vários tipos no teatro. Sem oportunidades, não há estudo que valha, não há talento que se salve. Sempre tem que haver uma pessoa que consiga enxergar o que está por traz de um artista. Ou seja, o que ele poderá vir a ser, se tiver espaço para mostrar sua arte. Acho que é uma consequência de tudo, então uma coisa se liga à outra colaborando na minha formação enquanto artista... e ser humano!

JLA: Como surgiu a ideia de levar o “Madame Satã” para  os palcos?
LM: Fui convidado pelo Produtor do “Cabaré Dulcina”, após minha participação no “Cabaré...”, a pensarmos em um trabalho solo para mim! Como minha participação no cabaré era já uma homenagem ao Madame Satã, a primeira opção foi esta. Mais achei que era um assunto muito falado e por pessoas que considero artistas incríveis como Milton Gonçalves e Lázaro Ramos. Depois, percebi que tem histórias que precisam ser lembradas sempre, pois é uma forma de se homenagear figuras que precisam ser lembradas, pois fazem parte da nossa cultura. E aí, decidi que queria falar sobre Satã, pois sou fascinado pela sua história!

JLA: Assistiu o filme com o Lázaro Ramos quantas vezes?
LM: Muitas e Muitas vezes a “Rainha Diaba” com Milton Gonçalves, mas minha pesquisa foi mais direcionada pelas entrevistas que Satã deu para o Pasquim, em 1971, e para Aguinaldo Silva antes de sua morte, em 1976.

JLA: Fale um pouco sobre o personagem “Madame Satã” e o espetáculo?
LM: Este espetáculo é objeto da minha própria obsessão pela figura mítica de Madame Satã. O Homem que conta a historia tem esta mesma obsessão e na peça busca realizar um show para homenagear Satã. Para isto, vai a um lugar pesquisar sobre Madame Satã. Encontrando-se com arquivos, ele entra em surto e começa sua homenagem, mas, na realidade, não se sabe se tudo realmente acontece ou se é só em sua cabeça!

JLA: Quem está com você nesta empreitada? Fale da sua equipe.
LM: Foi muito legal a maneira que as pessoas foram chegando ao projeto. Elas foram entrando em contato comigo e foram colaborando com o espetáculo. Mesmo porque não se trata de um orçamento milionário e, sim, de pessoas maravilhosas que Deus colocou no meu caminho para realizar este projeto, que eu mesmo aceitei fazer sem muita expectativa, pois estamos num momento de crise econômica no pais que mexeu muito com a cultura e patrocínio, mas graças a Deus, o Sesc me deu este espaço e sou muito Grato! Tenho a Alkaparra Produções, como produtora geral, o Alex Leandro, meu produtor executivo. Eu me tornei produtor associado; Edio Nunes, o Diretor; Wladimir Pinheiro, Diretor musical, que compôs uma música só para o espetáculo; figurino e cenário são de Marcelo Marques; a luz é do Russinho, designer de som do Marcos Breda. Tenho ainda quatro monstros musicais que me acompanham no palco e que quero levá-los pra vida e assistentes que dão jeito pra quase tudo. Na verdade, nos tornamos uma família baseada no amor e na confiança em meu trabalho e no meu desejo de homenagear Joao Francisco dos Santos (Madame Satã).

JLA: Logo na primeira matéria publicada sobre o seu novo espetáculo, no site Teatro em Cena, um indivíduo te acusou de racista. O que houve nesse episódio e como está essa pendenga?
LM: Foi tudo um equívoco que já foi resolvido. No espetáculo não tem Blackface e não me pinto de preto nele! Faço uma homenagem à Lapa e às muitas pluralidades do Madame Satã. Incluindo a parte religiosa, sexual e etc. A imagem de divulgação retrata um exu e acabaram julgando a gente antes de conhecer o trabalho.  

JLA: Você já sofreu algum tipo de discriminação ou preconceito?
LM: Sempre fui uma pessoa que se posiciona sobre as coisas e assuntos e nunca me deixei abater por criticas, discriminação ou preconceito. Até porque, no meio artístico, isto é inevitável. As pessoas exigem uma perfeição do artista e esquecem que ele é um ser humano... Logo imperfeito. O que me incomoda um pouco nessa questão artística é que estamos sempre lutando para derrubar rótulos para poder mostrar outros tipos de nuances de nosso trabalho artístico.

JLA: Considera-se preconceituoso ou racista?
LM: Sim. Tenho preconceito por gente ignorante, que não procura respeitar o próximo. Que não quer dialogar para saber e entender o outro ser humano. Que se incomoda com o estilo, cor, orientação sexual de uma outra pessoa principalmente quando este não o afeta. Que não vive sua própria vida e não deixa a dos outros em paz. Meu preconceito é com o preconceito (rs).

JLA: Por que as pessoas deveriam assistir o seu novo espetáculo?
LM: Para relembrar ou conhecer a historia de Madame Satã e para que desperte o desejo de manter viva sempre a sua história, bem como da cultura carioca e da nossa música popular brasileira.

JLA: Fora os seus, qual o melhor espetáculo que já assistiu e por quê?
LM: Dos últimos que assisti, “Krum!” Mexeu muito comigo como espectador e como ator.

JLA: E o pior e por quê?
LM: Pra mim, espetáculo ruim é aquele que me faz não assistir até o fim. Não houve ainda. Não achei nada que não houvesse nada interessante ainda para eu ver, mesmo que fosse ver... Como não fazer!

JLA: Qual se arrepende de não ter assistido e por quê?
LM: “BR Trans” e “Bordeline", estava ensaiando e não pude ir. Quem assistiu, disse que o trabalho dos atores que os faziam era muito bonito. E espetáculos assim temos que ver para apreender novas culturas.

JLA: Com quem ainda sonha contracenar e por quê?
LM: Tenho paixão pela Fernanda Montenegro e Lilia Cabral. Acho-as de uma generosidade absurda com quem contracenam, mas acho que qualquer ator com generosidade cênica me desperta respeito e paixão.

JLA: Planos futuros?
LM: Continuar fazendo muito teatro, cantando muito e fazer cinema. Quem sabe?

JLA: Convide os leitores pra assistirem seu espetáculo.
LM: Convido a todos que gostam de música brasileira e de ouvir histórias boas a vir conferir “Satã, um Show para Madame”, de Sexta a Domingo, sempre às 20h, no SESC Tijuca, Teatro 1. Estaremos em cartaz até dia 29 de Novembro, então corre!

 

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