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O Bate Papo Com desta semana é com o ator Claudio Ramos

O ator estreia dia 08, no dia das mulheres, "Lugar de Mulher... Uma Sátira Ao Machismo", no Rio de Janeiro.

atorclaudioramos

Fotos: Divulgação

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     Conheço o ator, diretor, produtor e autor Claudio Ramos há muitos anos. Cruzei com ele várias vezes em turnês pelo Brasil e ele sempre nas ruas panfletando, divulgando seus espetáculos. Foi assim na Avenida Paulista em São Paulo, na Afonso Pena em BH e aqui no Rio de Janeiro e Niterói. Quando estive mês passado em Juiz de Fora para uma palestra, soube que ele, Claudio Ramos, é recordista de venda de ingressos nas inúmeras temporadas de seus vários projetos teatrais naquela cidade. Espetáculos para crianças e adultos.  Fiquei feliz com a informação. Soube que agora, além de panfletar, ele usa um megafone para amplificar a voz, melhorando assim sua divulgação boca à boca, passo a passo.  Logo que soube que viria fazer temporada com seu espetáculo Lugar de Mulher... Uma Sátira ao Machismo, no Teatro Vanucci, às 3ªs feiras, 20h, aceitei sem pestanejar seu convite para divulgá-lo aqui no RJ. Claudio Ramos com seu talento e simplicidade faz sucesso por onde passa.
Tenho certeza que irão gostar de conhecê-lo um pouco mais.
     Vamos a ele?

 

atorclaudioramos2João Luiz Azevedo: Qual é a sua história artística?
Claudio Ramos: Comecei fazendo teatro na escola. Meu primeiro contato com teatro foi indo assistir no Teatro Francisco Nunes em Belo Horizonte uma peça infantil: O Museu de Emília, de Monteiro Lobato. Gostei tanto que pedi à professora que arrumasse o texto e montamos na escola, na montagem fui o Pedrinho. Depois disso, continuei fazendo teatro na escola. Aos 18 anos fiz o “vestibular” do TU, Teatro Universitário da UFMG, curso profissionalizante de teatro a nível técnico. Eram 390 candidatos pra 30 vagas e passei em 3º Lugar. Terminando o curso, me mudei de BH para o Rio em 1981, entrei para o Grupo de Teatro empresa da Caixa Econômica Federal, montávamos comédias e apresentávamos para funcionários no Rio e em várias cidades do Brasil. Fiz Tablado em 1984, cursei um ano. Em 1987, entrei para a CAL, fiz o curso profissionalizante completo. Desde então, escrevo, dirijo e produzo meus espetáculos.

JLA: Quais os Espetáculos já encenados?
CR: Como ator, ainda em Belo Horizonte, fiz o principal papel masculino da tragédia grega Medéa.  No Rio, filiei-me ao grupo da CEF, com o qual apresentei as comédias O Genro Que Era Nora, A Venerável Madame Goneau e Nos Dias de Hoje. Com o grupo do Liceu de Artes e Ofícios, participei em A Incelença.
Escrevi, produzi, dirigi e atuei nos espetáculos infantis Deu Zebra no Plano da Bruxa, Criança Tem Cada Uma! e Sopa de Letrinhas. Inaugurei o Projeto Seis e Meia do Teatro Nelson Rodrigues com a peça Afrouxem os Cintos Que a Cortina Abriu. Coordenei por oito anos a vitoriosa Campanha de Popularização do Teatro em Divinópolis (MG), onde encenei os espetáculos Auto da Compadecida, Cinderelas do K-7, Mentira Tem Perna Curta, Minha Sogra é Um Pitbull, Na Batida do Seu Coração, O Dia em Que Alfredo Virou a Mão, Quem Vai Pagar o Pato?, Sorria, Você Está Sendo Filmado, Toda Donzela Tem Um Pai Que é Uma Fera, Velório à Brasileira, além dos infantis Aladdin, Criança Tem Cada Uma!, Deu Zebra no Plano da Bruxa, Pluft, o Fantasminha e Sopa de Letrinhas. Além disso, ministro cursos e oficinas de teatro, além de preparar atores iniciantes para importantes escolas de teatro Brasil à fora. Há 10 anos enceno a comédia Lugar de Mulher... Uma Sátira ao Machismo, com enorme sucesso, em palcos cariocas, paulistas e mineiros. Desde 2013, enceno a comédia O Filho da Mãe, texto de Regiana Antonini, interpretando o papel da mãe, a publicitária Valentina. Desde 2013, também, coordeno e participo do Festival de Gargalhadas, festival de comédias, em Juiz de Fora, MG, que reúne espetáculos recordes de público nas campanhas de Popularização do Teatro de Belo Horizonte e Juiz de Fora.

JLA: Prêmios recebidos?
CR: Com Lugar de Mulher... Uma Sátira ao Machismo, ganhei o Prêmio Cidade de Vitória de Melhor Espetáculo do II Festival Nacional de Monólogos, realizado na capital capixaba em 1999; e os prêmios de Melhor Ator e Melhor Produção, conferidos pela APAC (Associação de Produtores de Artes Cênicas de Juiz de Fora) em 2008, que também laureou a minha peça infantil Criança Tem Cada Uma! com os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Cenário e Melhor Iluminação. Premio de Melhor Espetáculo Juri Popular no II Festival de Monólogos em Vitória/ES com Lugar de Mulher em 2001. Prêmio APAC/JF (Associação dos Produtores em Artes Cênicas de Juiz de Fora) – Melhor Ator, Melhor Espetáculo em 2008, 2009, 2010 – Prêmio atribuído pelo enquete feito ao público no final das campanhas de popularização do teatro.

JLA: Como surgiu o espetáculo “Lugar de Mulher... Uma Sátira ao Machismo”?
CR: O último quadro desta peça, chamado Rodizio de Chuchu, foi escrito no ano de 1992. Os outros quadros em 1997. Minha família mineira é composta 90% de mulheres. Então, naqueles almoços de domingo ou em reunião de família, se reuniam muitas tias, primas, avós, mãe, ou seja, a mulherada se juntava e o assunto era um só, meter o pau nos maridos, reclamar do comodismo e do machismo cotidiano. Eu sempre fui muito observador e eu ficava em volta ouvindo, ate que minha mãe dizia: Sai pra lá menino, isso não é assunto de criança. O menino ia e o ouvido ficava. Então foram essas histórias que me inspiraram a escrever Lugar de Mulher... e dar vida as três Marias que interpreto. Cada Maria tem um pouquinho de alguma mulher da minha família. E, ao longo dos anos, fui inserindo algum depoimento que alguma espectadora me fez no final e que achava interessante.

JLA: Fale um pouco sobre o espetáculo Lugar de Mulher...
CR: É uma comédia direta e objetiva que retrata o dia a dia de três donas de casa às voltas com o machismo dos maridos. Minhas personagens esbarram no machismo cotidiano, em pequenas manias que os homens trazem em sua criação. As mulheres reclamam do machismo dos maridos e criam seus filhos de forma machista, criando assim um novo exemplar da espécie. Através das personagens, as mulheres na platéia ouvem coisas que na maioria das vezes tem vontade de falar e não podem. A platéia ri muito de um humor de identificação. Por mais moderna que seja, em algum momento do espetáculo a mulher da platéia vai se ver retratada. Os homens riem muito também, por se verem no papel dos maridos. Já observei do palco casais se cutucando ao longo do espetáculo.

JLA: Onde já foi apresentado?
CR: Estreou no Teatro Princesa Isabel, no Rio no dia 28 de fevereiro de 1998, de lá pra cá, já somam mais de mil apresentações. Apresentações nas capitais Belo Horizonte, Rio de  Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e em várias cidades do interior destes estados, entre outras Juiz de Fora, Divinópolis, Araxá, Muriaé, Cabo Frio, Niterói, cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul.

JLA: Fale sobre a homenagem que farás no dia da estréia do espetáculo?
CR: Desde que estreou a peça em todos os anos é apresentada em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, pelo fato de no palco, estarem três representantes de reclamações do universo feminino, exaltando a figura da mulher e homenageando-a no final do espetáculo. A primeira homenagem se deu no palco do Teatro Princesa Isabel, em 08 de março de 1998, na ocasião foram homenageadas D. Eva Tudor, Thais Araújo, Samara Felipo, D. Zica e D. Neuma da Mangueira. Entre outros anos tivemos várias personalidades femininas subindo ao palco no seu dia para representarem as mulheres... professoras, médicas, delegadas, garis, profissionais de destaque na sua área. Em Niterói, no Teatro Abel, em 2004, homenageamos Juliana Paes.  As convidadas comparecem ao espetáculo e, no final, são chamadas ao palco recebendo um bouquet de flores. Uma homenagem singela. Através dessas mulheres, que sobem ao palco no final, eu homenageio todas.

JLA: Qual a diferença do espetáculo atual para o anterior “Lugar de Mulher... é na Coisinha” que também ficou muitos anos em cartaz?
CR: Lugar de Mulher é Na Coisinha foi a primeira versão, uma mistura de teatro com show de humor, porque eu dava vida à duas mulheres e, entre elas, eu interpretava várias piadas, eu não contava, eu vivia os personagens de cada uma delas. Desta primeira versão, eu mantenho apenas o quadro Rodizio de Chuchu, que é o ultimo da versão atual. As mulheres falaram mais alto e abafaram o show de humor, se tornando necessário criar outras duas mulheres para compor o novo espetáculo, assim nasceu Lugar de Mulher... Uma Sátira ao Machismo. Juntei o quadro já existente a dois novos que escrevi: Sua Batata está Assando e Odeio Praia. Ao longo desses 18 anos com essa segunda versão, o espetáculo foi se moldando, foi ganhando realidade através de vários depoimentos de mulheres que, no final, ao se despedirem, acabavam narrando fatos semelhantes dos quais foram protagonistas. O interessante é que as reclamações do machismo feitas por minhas personagens ainda continuam na boca de muitas mulheres Brasil à fora.

JLA: Você está voltando a se apresentar no RJ depois de 18 anos. Quais são as expectativas para esta sua nova temporada no Teatro Vanucci?
CR: Na nossa carreira temos sempre que estar matando um leão a cada dia. Como diz a famosa música de Ivan Lins: Começar de novo e contar comigo... Só de poder ter essa nova oportunidade de voltar ao palco do Tatro Vanucci, já é motivo de dizer: Vai valer a pena ter amanhecido... Meu carinho pelo Teatro Vanucci é enorme, fui recebido lá de portas abertas na primeira versão do espetáculo e durante a temporada do meu infantil Sopa de Letrinhas. As expectativas e de que consigamos aos poucos ir fazendo o espetáculo, através de um boca a boca favorável, ir chegando até às pessoas. Recomeçar é olhar pra frente e ter a oportunidade de realizar algo de modo diferente e aprimorado. Volto ao palco do Vanucci mais maduro e mais consciente do meu papel como ator.

JLA: Atualmente, você está em cartaz com outros espetáculos pelo Brasil?
CR: Além do Lugar de Mulher, tenho outras produções prontas com as quais viajo e participo da Campanha de Popularização em Juiz de Fora/MG, são elas:
- O Filho da Mãe, texto de Regiana Antonini;
- Velório à Brasileira – de Aziz Bajur;
- Minha Sogra é Um Pitbull – Minha autoria;
- Contando Ninguém Acredita – Show de Humor, e estou remontando O Dia Em Que Alfredo Virou A Mão, de João Bethencourt.

JLA: Você é um ator e diretor que produz seus espetáculos ou um produtor que atua e dirige os seus espetáculos?
CR: Sou um profissional do palco. Gosto de teatro. Vivo de teatro há 25 anos e faço de tudo, varro palco, monto cenário, oriento na montagem da luz, escrevo, dirijo, interpreto. Minha relação com o palco é sagrada, não é à toa que optei por fazer só teatro, nunca fui buscar nada na TV, gosto e quero este contato imediato com a plateia, quero o arrepio instantâneo. Adoro fazer de tudo, mas é claro que, ao subir ao palco e viver minhas personagens, sinto o calor da plateia, cada risada, cada suspiro, cada comentário, cada aplauso, me alimenta.

JLA: Você acredita que o público de teatro prefere assistir os espetáculos com atores conhecidos da TV?
CR: Lógico que a fama, o fato de ser conhecido da TV, ajuda muito, mas isso já teve um peso muito maior, hoje em dia vários atores e espetáculos fazem sucesso independente disso. Eu, por exemplo, já tive lotações esgotadas em várias apresentações Brasil à fora. O importante é correr atrás, batalhar e acreditar no que faz. Já estive em várias cidades nas quais coloquei muito mais público do que atores globais que haviam apresentado, mas que deitaram na fama e não divulgaram o necessário.

JLA: Você costuma assistir teatro?
CR: Muito, assisto peças aqui em Juiz de Fora, vou a BH e ao Rio assistir, aproveito a Campanha de Popularização do Rio no final do ano e assisto vários espetáculos.

JLA: Dos espetáculos assistidos, qual você considera o melhor e o pior e por quê?
CR: O melhor fica difícil, já vi tanta coisa boa, mas não posso deixar de citar O Filho da Mãe de Regiana Antonini,  A Partilha de Miguel Falabela, Chorinho de Fauzi Arapi, com Denise Fraga, entre outros, pela delicadeza do texto, adoro espetáculos que fazem rir e emocionar. Citar o pior, não sei se seria ético... mas detesto espetáculos que apelam pro humor fácil, que abusam dos palavrões.

JLA: Qual é a sua opinião sobre as leis de incentivos fiscais e os patrocinadores?
CR: Nunca consegui ao longo de 27 anos de profissão nenhum incentivo fiscal, nunca nenhum patrocínio, acho que é uma política de panelinha, fechada... Acho que, ao chegar um pedido de apoio, eles olham direto na ficha técnica... Não conheço, nunca ouvi falar... então, negado! Posso estar errado, mas escuto falar de peças nem tão boas assim que recebem uma fortuna de apoio e patrocínio.

JLA: Vamos sonhar? Se tivesse 1 milhão de reais de patrocínio, o que gostaria de montar?
CR: Gostaria de poder bancar uma temporada de Lugar de Mulher e de O Filho da Mãe no horário nobre no Teatro Vanucci. Quem sabe, começando pelo horário alternativo eu chego ao nobre, mesmo sem ganhar na loteria... Vamos lutar pra isso e eu acredito no meu trabalho.

JLA: Você é um batalhador; monta seus espetáculos, sem patrocínio, com equipe reduzidíssima, e apresenta-o por todo Brasil e sempre com dignidade e sucesso. Qual o segredo?
CR: Acreditar no que faz. Fiz uma temporada com Lugar de Mulher em 2009 que começou por Curitiba, Ponta Grossa/PR, Florianópolis, Porto Alegre e cidades do Rio Grande do Sul como Sapiranga, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Gramado, Bento Gonçalves, Pelotas. Viajei durante quase três meses sozinho. Armei toda a turnê, chegava nas cidades, divulgava, corria atrás, ensaiava uma equipe técnica local e fazia o espetáculo. Foi um sucesso. Em Cidades como Caxias do Sul e Pelotas, tive que fazer sessão extra.

JLA: Mande um recado para os jovens atores e produtores que estão tentando montar seus primeiros espetáculos.
CR: Acredite no que faz, na sua capacidade, corra atrás, não espere paternalismos, respeite seu público. Vá em busca do seu público de cara limpa, seja você mesmo o seu “garoto propaganda”, ninguém vende melhor o peixe do que o pescador que o pescou.

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