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Com temporadas de sucesso no Teatro Poeira, no Teatro FAAP (SP) e no Teatro dos Quatro; o espetáculo concebido e dirigido por Marcello Bosschar, faz apresentações gratuitas no Espaço Furnas Cultural. Em cena, Carolyna Aguiar, Luisa Thiré e Priscilla Rozenbaum dão voz às heroínas de guerra, em relatos que dão conta de temas tão complexos quanto o conflito em que estão envolvidas.
A narrativa oficial das guerras é masculina. Na imensa maioria dos casos, conhecemos a história através de depoimentos de homens, sejam eles soldados, comandantes, capitães, presidentes ou historiadores. Recém-premiada com o Nobel de Literatura, a escritora bielorrussa Svetlana Alexievich entrevistou centenas de mulheres que sobreviveram à Segunda Guerra e transformou os relatos no premiado livro 'A Guerra Não Tem Rosto de Mulher'.
Bosschar conta que a autora precisou insistir muito para falar com as esposas dos "heróis" da guerra. 'Elas são heroínas, mas se acostumaram aos bastidores por terem, segundo os maridos, uma versão menos 'cinematográfica' dos fatos. Svetlana deixa que as lembranças dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente de morte. Muitas queriam falar sobre o amor, a menstruação, as lágrimas e a sensação horripilante de matar alguém pela primeira vez', diz o diretor.
Apesar do valor histórico e documental em cena, a proposta da direção foi a de privilegiar o humano em cena. Todas as referências de tempo e lugar foram retiradas da adaptação, assinada por Bosschar em parceria com as três atrizes. O palco estará desnudo e as imagens serão todas compostas através da coreografia e do movimento das intérpretes.
A ideia é que elas conduzam o público neste profundo mergulho pelos horrores da guerra, mas também os façam entrar em contato com os eventos cotidianos no front e nas batalhas. Do alistamento das jovens – que não faziam ideia do que iria acontecer com elas – ao anúncio do fim da guerra, vão passar pelo palco histórias de perdas, lutas e superações, mas também histórias de amor, amizade e afeto.
'Ao retirarmos referências geográficas e culturais, fazemos com que "a Guerra" possa ser qualquer guerra, inclusive as urbanas que estão tão próximas de todos nós. O que restou foram mães, irmãs, filhos e avós. Todos nós entendemos a linguagem da perda, da esperança e do amor. A peça é universal pois é humana, são mulheres que morreram e outras que sobreviveram nas guerras passadas e nas presentes', resume o diretor.
FICHA TÉCNICA
Texto: Svetlana Aleksiévitch
Concepção e direção: Marcello Bosschar
Dramaturgia coletiva: Carolyna Aguiar, Luisa Thiré, Marcello Bosschar e Priscilla Rozenbaum
Elenco: Carolyna Aguiar, Luisa Thiré e Priscilla Rozenbaum
Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurino: Kika Lopes
Trilha Sonora: Marcello Bosschar
Preparação Corporal: Carolyna Aguiar
Preparação Vocal: Sonia Dumont
Programação Gráfica: Carol Montenegro
Arte Plástica: Vânia Mignone
Fotografia: Milton Montenegro e Guga Melgar
Produção Executiva: Bárbara Montes Claros
Direção de Produção: Celso Lemos
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
Serviço:
A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER
LOCAL: ESPAÇO FURNAS CULTURAL (Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo – RJ. Tel: 21- 25285166)
DATAS: Dias 26 e 27 de maio, 9 e 10 de junho (sábados e domingos)
HORÁRIO: Sempre às 19 horas
DURAÇÃO: 80 min / GÊNERO: drama / CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 anos
Entrada gratuita, distribuição de ingressos 1h antes do espetáculo. 1 (um) ingresso por pessoa.