"5x Comédia" ganha nova montagem e estreia no Oi Casa Grande, no Rio

"5x Comédia" ganha nova montagem e estreia no Oi Casa Grande, no Rio

O espetáculo traz agora Bruno Mazzeo, Debora Lamm, Fabiula Nascimento, Lucio Mauro Filho e Thalita Carauta.

hgardenberg Fotos: André Gardenberg/Divulgação: Factoria Comunicação

 

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Após um hiato de quase 20 anos, o “5 X Comédia”, uma das grandes sensações do teatro brasileiro da década de 90 – concebido por Sylvia Gardenberg, produzido pela Dueto e visto por mais de 450 mil espectadores –, está de volta. Com direção de Monique Gardenberg e Hamilton Vaz Pereira, a nova montagem leva ao teatro Oi Casa Grande, de 8 de setembro a 30 de outubro, cinco esquetes escritos e interpretados por alguns dos mais incensados nomes do humor e da nova dramaturgia contemporâneos.

Nesta versão do século XXI, Bruno Mazzeo, Debora Lamm, Fabiula Nascimento, Lucio Mauro Filho e Thalita Carauta têm a incumbência de dar vida aos personagens criados, respectivamente, por Antonio Prata, Julia Spadaccini, Jô Bilac, Gregorio Duvivier e Pedro Kosovski. O espetáculo tem cenário de Daniela Thomas, iluminação de Maneco Quinderé e figurino de Cassio Brasil. O Banco do Brasil Seguridade, empresa que concentra as operações de seguros, previdência, capitalização e planos odontológicos do Banco do Brasil, apresenta e patrocina o projeto, que conta também com o patrocínio da Renner. Os ingressos começam a ser vendidos no dia 25 de agosto, pelos sites www.ingresso.com e www.5xcomedia.com.br, e na bilheteria do teatro.

 

Mais Uma Vez Cinco - Por Isabel De Luca

Percebendo-se ultrapassada pelas princesas contemporâneas, uma Branca de Neve à base de Rivotril lê Simone de Beauvoir na tentativa de construir uma nova mulher. Flavio tenta estabelecer regras para uma suruba que começa a rolar durante uma festa no apartamento emprestado da mãe. Um pai de primeira viagem recorre a medidas extremas após meses de privação de sono e precisa se explicar na delegacia. Enquanto aproveita mais um teste de elenco para filar um lanche, uma figurante sem noção tira o diretor do sério. Indignada com a maneira como o pet shop elege os bichos da vitrine, uma arara tem um arroubo de ódio direcionado sobretudo a um Poodle Queen.

Marco do teatro carioca dos anos 1990, o espetáculo “5 X Comédia” está de volta pelas mãos de Hamilton Vaz Pereira, diretor-geral das três versões anteriores, e Monique Gardenberg, produtora da montagem original. Dezessete anos depois da última encenação, uma nova geração entra em cena: Antonio Prata, Jô Bilac, Julia Spadaccini, Gregorio Duvivier e Pedro Kosovski são os autores dos textos interpretados, respectivamente, por Bruno Mazzeo, Fabiula Nascimento, Debora Lamm, Lucio Mauro Filho e Thalita Carauta. Desta vez, Hamilton e Monique dirigem juntos os cinco esquetes.

Assistidas por mais de 450 mil pessoas em dezenas de cidades brasileiras, as versões de 1993, 1995 e 1999 celebrizaram-se por fichas técnicas cujas vidas se entrelaçavam desde a década de 1970, ora no grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone – capitaneado, não por acaso, por Hamilton –, ora no programa “TV Pirata”, que foi ao ar na Rede Globo de 1988 a 1990 e voltou à grade em 1992. Os quadros e os atores foram se revezando nos palcos. Quinze quadros. Doze atores: Andréa Beltrão, Denise Fraga, Diogo Vilela, Pedro Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, Débora Bloch, Fernanda Torres, Miguel Magno, Cláudia Raia, Patrycia Travassos, Evandro Mesquita, Totia Meireles.

Agora, sublinha Monique, não é muito diferente. "São atores-criadores que se uniram para a produção de um novo humor, como foi o caso da série 'Cilada', que ficou no ar durante seis temporadas, do filme 'Muita calma nessa hora', ou do programa 'Junto e Misturado'. E aos cronistas como Antonio Prata e Gregorio Duvivier se unem a turma da nova dramaturgia de Jô Bilac, Julia Spadaccini e Pedro Kosovski, movimento renovador do teatro carioca", ela situa. Hamilton classifica a nova montagem de "corajosa": "Quem viu lá atrás pode querer comparar, e isso é um perigo. Mas a nova versão não se amedronta, é o que se percebe nos textos que recebemos e na vitalidade que está sendo mostrada por cada intérprete.”

Retornar ao “5 X Comédia” era um desejo antigo que só ganhou corpo quando Monique se aproximou de Bruno Mazzeo por intermédio de Augusto Casé, que produz os filmes de ambos. Se em 1993 a peça foi concebida por Sylvia Gardenberg, irmã de Monique, a partir de um encontro com Pedro Cardoso, Bruno foi o catalisador da nova montagem. “Vi nele, esse cara multitalentoso que eu admirava de longe, o parceiro que precisava para me ajudar a trazer a peça de volta, assim como o Pedro ajudou a Sylvinha a escalar autores, atores, diretores”, diz a diretora. “Isso aqui é, também, uma homenagem a ela.”

Bruno fala da alegria que é participar de um projeto que sempre teve como referência: “O '5 X Comédia' foi montado por pessoas que fizeram a minha cabeça desde sempre. Quando Monique ligou eu topei mesmo sem saber o que era, porque trabalhar com ela já era desejo antigo. Quando soube o que era, meus olhos brilharam. Dividir o palco com amigos queridos e parceiros de outros carnavais, trazendo de volta um espetáculo que marcou uma geração, e poder mostrá-lo para as novas gerações é, com certeza, um dos pontos mais charmosos da minha carreira até agora.”

Debora Lamm, que se lembra de sair de uma sessão de “5 X Comédia” no Canecão com as bochechas doendo de tanto rir, ressalta que a união entre os atores faz a força nesta nova versão, assim como no passado. “Nós também somos uma turma, já trabalhamos juntos diversas vezes e temos uma afinidade, que é justamente o que faz com que continuemos trabalhando juntos”, avalia. Destacando que é a primeira vez que os cinco se reúnem no teatro, Fabiula Nascimento continua: “A gente se admira artisticamente e na vida, por isso somos amigos há dez anos e o seremos por 20, 30, 40.”

Gregorio Duvivier não tinha idade para assistir às primeiras encarnações do espetáculo, mas lembra de detalhes – a professora de inglês de Débora Bloch, o fumante de Miguel Magno – contados na época pelos pais. Escrito especialmente para Lucio Mauro Filho, seu esquete se constrói em torno de um sujeito às voltas com as próprias obsessões enquanto recebe amigos de sua mulher para uma orgia. "Queria falar da dificuldade de libertar seu amor para viver outros amores. Existe algum amor livre ou só existe amor livre? Queria falar dessa contradição: às vezes, abrir a relação parece impossível, mas não abrir também parece. Longe de ter uma resposta para essa angústia, a cena trata da comicidade desse impasse", resume o autor.

Unidos esteticamente pelo cenário de Daniela Thomas, pela luz de Maneco Quinderé e pelo figurino de Cassio Brasil, os cinco quadros também dialogam no que trazem de mais atual. Temas e citações se repetem aqui e ali: o novo feminismo, a intolerância que borra os limites entre civilidade e barbárie, o desenho animado “Peppa Pig”, as corruptelas da vez – caso do ubíquo “miga”: “Miga, cê tá bem?”, pergunta a Branca e Neve do esquete de Julia Spadaccini ao encontrar Alice deprimida na cama.

Hamilton louva o fato de o espetáculo captar, ao mesmo tempo, um novo momento e uma nova maneira de produzir o riso – “Um riso com conteúdo, graça, que tenha o espírito de um povo, de uma idade” –, embora confesse que às vezes se perde entre uma ou outra referência mais recente. Para Monique, “é uma turma que busca alternativas, novos canais para existir, e é nesse encontro mais livre que surgem ideias surpreendentes, que apontam para um humor irreverente, antenado”.

Em “Branca de Neve”, de Julia Spadaccini, a personagem vivida por Debora Lamm luta para se desapegar da vida de princesa: “Dizem que o mundo mudou, que eu não me adequo mais, que sou antiquada, careta, casada. Mas gente, ser casada agora é um problema? Queriam o quê? Uma princesa divorciada? Vivendo pela Lei do Concubinato? Solteira aos 40 fazendo fertilização in vitro, barriga de aluguel, colhendo sêmen em banco de esperma alemão?”

“Regras de convivência”, contribuição de Gregorio Duvivier, nos leva a um ensaio frustrado de sexo grupal protagonizado por Lucio Mauro Filho: “Posso só pedir uma coisa? Gostaria que os cônjuges se mantivessem fora do campo visual do seu respectivo cônjuge. Não, Heitor, se você quiser o seu marido pode ficar no seu campo visual. Olha, eu tô falando mais especificamente da Marcia. Seria legal se a Marcia ficasse fora do meu campo visual. Pode ser, Marcia?”

Primeiro texto do escritor e roteirista Antonio Prata para o teatro, “Nana, nenê” retrata o desespero do clarinetista Rodrigo (Bruno Mazzeo), um pai enlouquecido entre escolas de mamada e de métodos para fazer o bebê dormir: “Vocês acreditam nisso? Acreditam que não tem Alô Bebê 24 horas?! Se existe alguma coisa que funciona 24 horas neste mundo é um bebê! Nada é mais 24 horas que um bebê! E não tem nenhuma Alô, Bebê 24 horas! Se eu quiser comprar uma máquina de lavar louça agora, eu compro! Se eu quiser comprar falafel agora, eu compro! Se eu quiser sexo ou drogas ou rock 'n' roll, eu compro! Não que eu vá comprar, mas tem!”

“Arara Vermelha”, criado por Jô Bilac para Fabiula Nascimento, é uma metáfora da sociedade brasileira. Do alto de seu poleiro, a ave tem um surto de intransigência diante do novo mascote do pet shop: “Alá! Espia! Vem ver, Sérgio! Corre! Já tá Poodle Queen se roçando na vitrine, se esfregando, balançando rabinho, se exibindo pros outros! Não pode ver um ser humano, já fica todo se querendo! O mundo tá mesmo perdido, hein! Olha, vou te contar! Se tem uma coisa pior pra mim no mundo é bicho puxa-saco de humano! Olha, me sobe um ódio! Mas um óoodio! Ser humano prende, vende, sacaneia a gente e tá lá o cachorro babando, fazendo festa!”

Já em “Milho aos Pombos”, de Pedro Kosovski, Thalita Carauta interpreta uma eterna aspirante a atriz: “Vocês não estão me reconhecendo, não? Pronto, aquela ali me reconheceu. Ah, é minha vizinha no Leme, não é não? A gente caminha no calçadão. Tá fazendo figuração também?”

Desde que o espetáculo foi idealizado – e apresentado em apenas três sessões na primeira encarnação, para comemorar os cinco anos do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) –, 11 autores passaram pelo programa: Luis Fernando Verissimo, Mauro Rasi, Vicente Pereira, Pedro Cardoso, Hamilton Vaz Pereira, Miguel Magno, Ricardo Almeida, Felipe Pinheiro, Miguel Falabella, Patrycia Travassos, Regiana Antonini. Na lista de diretores dos esquetes até agora estavam Hamilton, Mauro Rasi, Marcus Alvisi, Pedro Cardoso, Miguel Magno, Miguel Falabella e Regiana Antonini.

O comando da cena dividido irmãmente entre Monique e Hamilton é, portanto, uma novidade. “O encaixe tem sido perfeito, porque o Hamilton se liga na coisa espacial da encenação, já eu gosto do detalhe da atuação”, conta Monique. O parceiro corrobora: “São duas frentes complementares que se conectam, uma vai precisar da outra”.

Outra singularidade está no processo mais participativo do que nas encenações passadas. “Todos estão conversando sobre as cenas de todos, estamos valorizando o potencial de cada quadro coletivamente. Antes cada um cuidava do seu e eu visitava todo mundo para ver como estava indo, havia uma independência mais radical”, compara Hamilton. “Agora não, tudo junto misturado, com toda a liberdade”, conclui Monique.

Ficha Técnica:
- Branca de Neve, De Julia Spadaccini, Com Debora Lamm;
- Nana, Nenê, De Antonio Prata, Com Bruno Mazzeo;
- Arara Vermelha, De Jô Bilac, Com Fabiula Nascimento;
- Milho aos Pombos, De Pedro Kosoviski, Colaboração André Boucinhas, Com Thalita Carauta;
- Regras de Convivência, De Gregório Duvivier, Com Lucio Mauro Filho.
Direção: Hamilton Vaz Pereira e Monique Gardenberg
Cenário: Daniela Thomas e Camila Schmidt
Imagens do Cenário e Projeto Gráfico: Radiográfica
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurino: Cássio Brasil
Fotos: André Gardenberg
Vídeos: Dado Marietti
Assistente de Direção: Mila Portella e Sergio Maciel
Direção de Palco: Jorge Basto
Operador de Luz: Vladimir Freire
Operadora de Som: Joana Guimarães
VJ: Bruno Grieco
Contra Regra: Gabriel Max Serqueira
Maquinista: Patrick Sousa
Caracterização: Sonia Penna
Produção de Figurino: Patricia Sato e Sonja Gradel
Assessoria de Imprensa: Vanessa Cardoso/Factoria Comunicação
Texto Programa: Isabel De Luca
Gerência Comercial: Josy Siqueira e Stefania Dzwigalska
Financeiro: Angela Matos
Equipe Rio: Marco Aurélio Serqueira, Monica Lima, Juliana Trimer e Julia Gonçalves.
Equipe São Paulo: Otávio Ferraz, Tommy Kenny e Vivian Villanova
Motorista: João Batista Oliveira
Produção Teatro: Dada Maia
Direção de Produção: Clarice Philigret
Diretores Executivos: Carlos Martins e Jeffrey Neale
Idealização: Dueto
Realização: Nós3

 

hgardenberg2Fotos: André Gardenberg/Divulgação: Factoria Comunicação

 

Serviço:
“5 X Comédia”
Teatro Oi Casa Grande
Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Loja A, Leblon
Telefone: (21) 2511-0800
De 08 de setembro a 30 de outubro
Quintas e sextas, às 21h; sábados, às 21h30; domingos, às 20h
Ingressos:
Balcão Setor 3: R$ 50 (inteira) | R$ 25 (meia-entrada);
Balcão Setor 2: R$ 70 (inteira) | R$ 35 (meia-entrada);
Plateia Setor 1: R$ 100 (inteira) | R$ 50 (meia-entrada);
Plateia VIP e Camarote: R$ 120 (inteira) | R$ 60 (meia-entrada)
Bilheteria funciona de terça a sábado, das 15h às 21h, e aos domingos, das 15h às 19h.
Aceitamos todos os cartões de credito e débito.
Venda online: www.ingresso.com
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia
Duração: 80 min.

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