'A Hora da Estrela' estreia dia 20 no Sesc Tijuca, no RJ Último romance de Clarice Lispector reúne abordagens filosófica, social e estética e fica em cartaz de sexta a domingo até dia 19 de fevereiro. Narrativa se estrutura a partir do narrador-personagem, Rodrigo S.M., que fala de si mesmo para contar a história de Macabéa. Foto: Cesar Augusto Moura e Nicholas Bastos A hora da estrela, terceiro espetáculo da Definitiva Cia. de Teatro, estreia dia 20 de janeiro no Teatro 1 do Sesc Tijuca seguindo a trilha da pesquisa de linguagem empreendida pela Cia. desde a sua fundação: a relação entre a música e a cena num espetáculo teatral; o limite do que se entende como teatro musical e suas variações – “teatro musicado”, “teatro com música” – bem como os seus tensionamentos como é o caso do teatro chamado “épico”. Com sessões de sexta a domingo, 20h, a Cia. apresenta o último romance escrito por Clarice Lispector contando as desventuras de Macabéa, uma jovem nordestina que vive no Rio de Janeiro sem saber ou mesmo questionar os porquês. “Virgem e inócua”, ela sente dores. Péssima datilógrafa, trocada pelo namorado que nunca o fora de fato, com cheiro ruim, cor de “burro quando foge”, Macabéa é daquelas que passam pela vida sem se dar conta do que é existir. Sua vida parece ter chegado a um beco sem saída até o momento de uma grande reviravolta. Macabéa é um possível alter-ego de Clarice, que usa de um narrador fictício (outro alter-ego), Rodrigo S.M., para colocar a própria construção da narrativa em perspectiva. Nesta adaptação, a Definitiva Cia. de Teatro coloca a mesma perspectiva do ponto de vista da construção da narrativa teatral, assumindo os lugares tanto do escritor como dos personagens, usando a música como uma das camadas dessa escrita cênica. “A nós, mais do que a fábula aqui brevemente descrita, interessa levar à cena o encontro entre o artista – escritor – e a dificuldade de conformar em uma experiência estética o seu objeto de desejo – a obra; o exercício diário, exaustivo e quase aprisionador – quase, uma vez que através dele podemos vislumbrar um grito de liberdade – pelo qual passa Rodrigo S. M. em busca de dar voz ao grito de direito daquela nordestina é uma imagem poética do trabalho de uma companhia de teatro que se dá a missão de conformar em um aparelho – o teatro – uma obra complexa no que tange às camadas da sua constituição. Mostrar a tentativa de Rodrigo é mostrar através de um exercício metalinguístico a tentativa da Definitiva Cia. de Teatro.”diz Jefferson Almeida, adaptador e diretor. Dentro da trajetória da Cia., A hora da estrela significa um passo bastante significativo; depois de passar por uma montagem de um musical brasileiro clássico – “Calabar, o elogio da traição”, de Chico Buarque e Ruy Guerra – onde buscou entender a função da música dentro deste tipo de dramaturgia que já difere do musical americano onde as canções substituem diálogos, por exemplo, a Cia. se debruçou sobre um épico – “Deus e o diabo na terra do sol”, de Glauber Rocha – onde a função narrativa da música era investigada de maneira muito potente, se utilizando do cordel musicado por Sérgio Ricardo como uma camada da dramaturgia, se aproximando da maneira como o encenador alemão Bertolt Brecht lida com a música na maior parte de suas peças: como um recurso de comunicação elaborado e de extrema eficiência, parte da narratividade da peça, então, estava a cargo da canção. Em A hora da estrela, a música é parte componente da encenação criando uma dramaturgia paralela ou uma escrita musical. Levada pela importância da música para a personagem central, viciada em rádio, e pela quantidade de músicas já criadas a partir desse último romance de Clarice Lispector, a Cia. se utiliza dessas canções – as criadas a partir do livro e as citadas no livro – para perguntar: como se constrói uma cena onde a música é a cena? E assim nós temos, pela primeira vez, os atores da Cia. tocando instrumentos e executando a música em todas as suas instâncias. Em outras palavras, a música, aqui está em cena em toda a sua plenitude: o ato de tocar e fazer música é a cena e meta-cena, ou seja, em outra camada, serve de esteio onde repousa a vida ficcional das personagens. Ficha Técnica: Do original de Clarice Lispector – A hora da EstrelaAdaptação: Jefferson Almeida e Tamires NascimentoDireção: Jefferson AlmeidaElenco: Gustavo Almeida, Jefferson Almeida, João Vitor Novaes, Livs Ataíde, Marcelo de Paula, Paula Sholl, Tamires Nascimento e Yves Baeta.Assistente de direção: Tamires NascimentoDireção musical: Renato FrazãoPreparação vocal: Yves BaetaProfessor de método passo: Diogo BrandãoPreparação de atores: Daniel ChagasTap: Clara EquiCenário: Taísa MagalhãesCenotécnico: Diogo PerdigãoFigurinos: Arlete Rua e Thaís BoulangerCostureira: Kátia SallesVisagismo: Rodrigo ReinosoIluminação: Livs AtaídeAssistente de iluminação: Luiz Paulo BarretoDesenho de som: Andrea ZeniMicrofonista: Carol DiasCoordenação de microfones: Jamile MagalhãesSonorização: Áudio CênicoTécnico de áudio: Joyce SantiagoOperação de som: Beto FerreiraProjeto gráfico: Davi PalmeiraProdução audiovisual: Cesar Augusto Moura e Nicholas BastosCoordenação de produção: Tamires NascimentoProdução: Jefferson Almeida, Livs Ataíde e Marcelo de Paula.Assistente de produção: Nicholas BastosAssessoria de imprensa: Minas de IdeiasRealização: Definitiva Cia. de Teatro e TEM DENDÊ! Produções Foto: Cesar Augusto Moura e Nicholas Bastos Serviço: Local: SESC TIJUCA – Teatro IEndereço: R. Barão de Mesquita, 539Estreia: 20 de janeiroTemporada: De 20 de janeiro a 19 de fevereiroHorários: Sextas, sábados e domingos, 20hGênero: ÉpicoDuração: 90 minutosClassificação: 12 anosPreço: R$ 25,00 (Inteira), *R$12,00 (Meia), R$ 6,00 (Comerciários)*Concedida, mediante apresentação de documentos comprobatórios, a estudantes, professores, idosos, pessoas com deficiência - inclusive seu acompanhante quando necessário - e a jovens de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos inscritos no cadastro único para programas sociais do Governo Federal (CadÚnico), cuja renda familiar mensal seja de até 2 salários mínimos.Capacidade: 228 Lugares Ei, que tal ter uma conta global 100% digital e sem taxa de abertura? Conheça a Nomad! 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