Último dia de 'Agora E Na Hora' É hoje! André Gonçalves, Amandha Lee e Rodolfo Mesquita dão vida a 13 personagens em Agora e na hora, que usa humor para questionar a natureza humana. Divulgação À primeira vista, a história de um padre devoto cuja fé é colocada à prova diante de uma doença terminal pode parecer uma tragédia sobre dogmas religiosos, carregada em tintas dramáticas. Mas em Agora e na Hora, peça de estreia do jornalista e escritor Luis Erlanger, é o humor a principal ferramenta utilizada pelo autor para abordar questões muitas vezes risíveis da natureza humana. A montagem assinada pelo diretor teatral e cineasta Walter Lima Junior, traz André Gonçalves no papel do protagonista e os atores Amandha Lee e Rodolfo Mesquita desdobrando-se nos outros personagens da trama. O espetáculo estreou no Teatro Fashion Mall, no dia 20 de outubro, para uma curta temporada de um mês, com patrocínio da Petrobras. “Nossa trajetória na Terra pode ser vista como uma tragédia – afinal, todos morrem no final – mas é risível a forma patética como nós, humanos, ainda nos consideramos seres superiores na natureza e esperamos um tratamento especial por parte dela ou por quem está no seu comando”, reflete Erlanger. “Partindo dessa ideia, questionei, entre outras coisas, se um sacerdote, que acredita e prega a vida eterna, permaneceria tão convicto e sereno diante da iminência da própria morte”. Com status de celebridade em sua paróquia, o jovem padre Emanuel (André Gonçalves) de apenas 30 anos, é diagnosticado com câncer em estado avançado após sofrer um desmaio durante a missa. Com pouco tempo de vida e inconformado com a inesperada notícia, abandona a batina e parte em busca de respostas em outros credos. Pregações evangélicas, Santo Daime, sessões espíritas e consultas a uma mãe-de-santo norteiam a sua busca, ao longo da qual descobre as drogas e o sexo e tem discussões filosóficas com um amigo de infância tornado traficante. “Religiões são diferentes possibilidades de se falar com Deus, assim como o próprio teatro dá diferentes possibilidades de se falar sobre algo”, compara André, que iniciou a carreira de ator com o diretor Walter Lima Junior há três décadas: “Estreei com ele aos 12 anos, em uma minissérie televisiva. E também estou reencontrando a Amandha, com quem já havia trabalhado há quase 15 anos”. Em sua jornada, Emanuel cruza os mais diferentes personagens, todos interpretados por Amandha Lee ou Rodolfo Mesquita: “É inegavelmente desafiador por ser uma oportunidade rara de construir tipos tão diferentes dentro de um mesmo espetáculo”, conta Amandha, que interpreta da mãe do sacerdote à prostituta que o desvirgina. Rodolfo faz coro: “São composições muito sutis. Você tem que humanizar o personagem para não cair na caricatura, correndo o risco de banalizá-lo. Encontrar essa verdade, a forma de falar, de andar, é uma construção delicada, mas deliciosa”. A caracterização de cada personagem conta com a preparação corporal de Fernanda Guimarães e ganha reforço com os figurinos assinados por Inês Salgado. Ela procurou marcar as diferenças entre eles com indumentárias específicas e atemporais. A opção do diretor Walter Lima Junior por um elenco enxuto encontra eco em uma cena igualmente despojada, econômica, com poucos elementos, que ganham forma no cenário concebido por Fernando Mello da Costa, em que um caixão é o principal objeto cênico. “É a referência imediata com a morte, que deflagra toda a ação da peça. Ele está sempre presente e se transforma em cama, púlpito, ganhando diferentes funções de acordo com a situação”, detalha. Para o diretor, a luz, a cargo de Daniel Galvan, também terá uma função clara: “A ideia é que ela fuja do papel de definir a realidade da cena, mas sim o clima, a atmosfera, ajudando a construir os ambientes e estabelecer cortes, já que a história tangencia o mágico, o mistério e a fantasia”. Seja em sua premiada trajetória como cineasta ou em suas incursões pela direção teatral, Walter procura sempre ir a fundo na discussão e entendimento do texto pelo elenco, que, para ele, é fundamental na compreensão do espetáculo pelo público: “Entendimento permite invenção, permite ao ator apresentar sua própria versão para não ficar restrito ao campo da interpretação de diálogos decorados”, acredita. “Meu objetivo é chegar no público, contar essa história. Eu não concebo a ideia de fazer filme nem peça sem me imaginar do outro lado, na plateia. Se não existe essa relação, não tem graça”, completa. Luis ErlangerCarioca, começou a carreira de jornalista pelo jornal O Globo, em 1974. Em Brasília, esteve encarregado da cobertura de fatos relevantes no processo de redemocratização no Brasil, como de eleições, da morte do presidente Tancredo Neves, do Palácio do Planalto, da nova Constituição de 88, do impeachment do presidente Collor e de planos econômicos que mudaram o país. Após quatro anos como editor-chefe do jornal, em 1995, foi para a TV Globo, como diretor editorial de Jornalismo. A partir de 2000, por 13 anos, dirigiu a Central Globo de Comunicação (CGCOM) - responsável pelas divisões de Propaganda e Produção Audiovisual; Design; Relações Externas, Comunicação Corporativa e Assessoria de Imprensa, e ainda pelos projetos culturais e sociais e do centro de documentação da emissora. Depois de dois anos como diretor de Análise e Controle de Qualidade da Programação, saiu da empresa para montar a Erlanger Comunicação & Arte (ECA) - escritório de prestação de serviços de consultoria, texto, projetos e produção nas áreas de Comunicação e Cultura. É sócio-fundador da ONG Todos Pela Educação. Escreveu o romance Antes que eu morra e a biografia Junior - no fio da Navalha. Dirige documentários, produz e escreve para cinema, televisão e teatro.Walter Lima JúniorNascido em Niterói (RJ), formou-se em Direito e atuou inicialmente como jornalista e crítico de cinema. Na década de 1970, dirigiu mais de 50 documentários para a televisão. No cinema, foi assistente de Glauber Rocha em Deus e o Diabo na Terra do Sol e estreou como diretor na adaptação da obra Menino do Engenho, de José Lins do Rego. Construiu sólida e premiada filmografia em que se destacam longas como A Lira do Delírio, Brasil Ano 2000 (vencedor do Urso de Prata em Berlim), Inocência, A Ostra e o Vento, Os Desafinados, entre outros. No teatro, dirigiu peças como Fica comigo esta noite, Répétition e A Confissão. É professor na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e na PUC-Rio. Foi tema da elogiada biografia Walter Lima Junior: Viver Cinema, Casa da Palavra, 2010, do crítico Carlos Alberto Mattos. Ficha Técnica: Texto: Luis Erlanger Direção: Walter Lima JuniorAssistência de direção: Carlos André Martins (Careca)Elenco: André Gonçalves – Padre EmanuelAmandha Lee – Beata / Secretária / Garota de programa / Mãe-de-santo / Mãe / MédiumRodolfo Mesquita – Sacristão / Oncologista / Pastor / Traficante / Daimista / PadreCenografia: Fernando Mello da Costa Figurinos: Inês Salgado Iluminação: Daniel GalvanTrilha sonora: Pedro SilveiraPreparação corporal: Fernanda GuimarãesProdução executiva: Dani Carvalho e Bianca RamosDireção de produção: José Gonzaga AraújoRealização: Pedra Corrida ProduçõesFotos: Leo Aversa Divulgação Serviço:Agora E Na HoraTemporada: de 20 de outubro a 26 de novembro de 2017Horários: sexta e sábado, às 21h30 e domingo, às 20hIngresso: R$ 70 (R$ 35) sextas e domingos R$ 80 (R$ 40) sábadosBilheteria: terça a domingo, de 15h às 21hVendas online: compreingressos.comDuração: 80minCapacidade: 474 lugares Classificação indicativa: 14 anosLocal: Teatro Fashion MallEndereço: Estrada da Gávea, 899 – 2º pisoTel: 21 2422-9800 Acesso para portadores de necessidades especiaisPeixe Urbano: Agora E Na Hora Ei, que tal ter uma conta global 100% digital e sem taxa de abertura? 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