Centenário de Maria Clara Machado e os 70 anos do Tablado é comemorado em todo o mês de abril

Centenário de Maria Clara Machado e os 70 anos do Tablado é comemorado em todo o mês de abril

Saiba como relembrar grandes momentos da arte brasileira

O CENTENÁRIO DE MARIA CLARA MACHADO E OS 70 ANOS DO TABLADO

 

Atriz, professora, diretora e autora de consagradas peças infantis, Maria Clara Machado foi certamente um dos maiores nomes do teatro brasileiro. Nascida em Belo Horizonte, mudou-se com a família, ainda pequena, para o Rio de Janeiro, cidade na qual mais tarde viria a fundar o grupo amador O Tablado – de onde sairiam muitos talentos para os palcos e as telas. Em 03 de abril de 2021, a artista completaria 100 anos de nascimento. Já no mês de outubro, sua maior criação, O Tablado, comemora sete décadas de existência e sucesso. Há, portanto, muito a se celebrar.

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As comemorações começam já no dia 28 de março, às 20h, quando a TV Brasil levará ao ar um episódio de “Caminhos da Reportagem” sobre Maria Clara Machado. O programa ficará depois disponível no canal de YouTube da emissora. Em abril, a Fundação Casa de Rui Barbosa abre uma exposição de fotos e documentos da dramaturga, com curadoria assinada pela Chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, Rosângela Florido Rangel. Outra boa notícia é que a adaptação de Pluft, o fantasminha produzida em 3D para os cinemas, com direção de Rosane Svartman, está prontinha e só aguarda uma data para estreia, postergada devido à pandemia. Além disso, a equipe do próprio Tablado já começou a captar recursos para uma montagem especial de Tribobó City, peça de Maria Clara encenada pela primeira vez em 1971.

 

Maria Clara Machado

Maria Clara Machado cresceu em Ipanema, no Rio de Janeiro, em meio a grandes personalidades da cena cultural brasileira. Pagu, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti eram somente alguns dos amigos de seu pai, o escritor Aníbal Machado. Mas a jovem não era de ficar muito em casa. Como bandeirante, dividia-se na época entre as viagens e os trabalhos voluntários com crianças. Foi na década de 1940 que começou a se dedicar ao teatro de bonecos.

Em 1950, ganhou uma bolsa do governo francês para estudar teatro em Paris. Em seguida, com bolsa oferecida pela UNESCO, fez um curso de férias em Londres. De volta à capital francesa, frequentou as aulas de mímica de Étienne Decroux. Quando retornou ao Brasil, um ano depois, ansiosa para atuar, fundou com um grupo de amigos O Tablado. Era o início de uma companhia que seria reconhecida por sua excelência e se tornaria parte importante da história da cultura brasileira, seja como celeiro de talentos, seja como templo do teatro infantil.

O Boi e o Burro no Caminho de Belém, peça infantil de Maria Clara Machado criada para o teatro de bonecos e depois adaptada para atrizes e atores, estreou em 1953. Depois dela, vieram O rapto das cebolinhas, Pluft, o fantasminha ― um dos maiores sucessos da história d’O Tablado ―, A bruxinha que era boa e muitas outras. Maria Clara nunca mais parou. Em uma época na qual o teatro para crianças era didático e moralista, a dramaturga construiu textos inteligentes e mostrou que a sensibilidade infantil permite uma compreensão única do mundo. Assim, em suas peças, abordou temas como o valor da amizade, da bondade e da liberdade. Em O Cavalinho Azul ― peça que arrancou elogios rasgados de críticos como Manuel Bandeira ─ representou a vontade impossível de superar o sofrimento. “Aprendi que amadurecer dói, mas o fruto pode ser bom”, dizia a autora, que eternizou, na fantasia, o nosso desejo de ser sempre criança. Em suas palavras: “O teatro para nós era uma maneira de viver melhor. Queríamos salvar o mundo pela arte e pela enorme emoção de ver um trabalho bem acabado”.

Ao todo, Maria Clara Machado escreveu 29 peças infantis e 5 peças para adulto. Por sua genialidade, a autora recebeu todos os prêmios do teatro brasileiro: Saci, Mambembe, Machado de Assis e outros. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e premiadas internacionalmente. Foi considerada tão importante para a dramaturgia infantil quanto Nelson Rodrigues o foi para a modernização dos textos teatrais brasileiros.

Maria Clara também criou a revista “Cadernos de Teatro”, fornecendo material teórico para grupos amadores e atores iniciantes. Com poucos recursos, conseguiu publicar 178 números. Dirigiu o Conservatório Nacional de Teatro da UNI-RIO, o Serviço de Teatro e Diversões Públicas do Estado do Rio e representou o Brasil no Congresso de Teatro para a Juventude, realizado em Paris, em 1965.

Maria Clara Machado faleceu em 2001, ano em que O Tablado completou meio século de existência. Amorosa, firme, vibrante, foi sem dúvida a mestra maior do teatro infantil brasileiro.

 

Os 70 anos do Tablado

Fundado em 28 de outubro de 1951, O Tablado tem sido o catalisador de uma vastíssima gama de talentos, contribuindo para a formação de cenógrafos, figurinistas, iluminadores e, é claro, atores e diretores. Hamilton Vaz Pereira, Wolf Maya, Cininha de Paula, Louise Cardoso, Malu Mader, Ângelo Paes Leme, Leonardo Brício, Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Rubens Corrêa, Jacqueline Laurence foram alguns dos grandes nomes que já passaram por lá. O Tablado também revolucionou a dramaturgia infantil e vem desde a sua criação encantando gerações de espectadores de todas as idades.

O Tablado teve como primeira sede uma pequena sala no Patronato Operário da Gávea, obra social (em atividade até hoje) direcionada a famílias menos favorecidas do bairro. Com um palco rudimentar, o espaço era usado para apresentações e divertimentos sortidos. As cadeiras eram insuficientes para acomodar o público, mas o padre da igreja vizinha emprestava alguns bancos quando necessário. Apenas três anos mais tarde foi possível adquirir poltronas de verdade, graças aos borderôs do primeiro arrasa-quarteirão “tabladiano”: a montagem de Nossa Cidade, de Thornton Wilder.

Em 1955, O Tablado levou ao palco, pela primeira vez, aquele que seria um de seus maiores sucessos: Pluft, o fantasminha. Outro espetáculo marcante nos primeiros anos foi O Tempo e os Conways, de J. B. Priestley, que Geraldo Queiroz dirigiu em 1957 – sendo premiado como revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais naquele ano. A participação da lendária atriz portuguesa Maria Sampaio, no papel da matriarca Mrs. Conway, também avalizava o prestígio conquistado pelo Tablado na cena teatral.

Apesar de se autodenominar “teatro amador”, o grupo fundado alguns anos antes por Maria Clara Machado e sua turma era respeitado e escrutinado por toda a crítica teatral do período.

 

O curso de improvisação e o teatro infantil

Em 1964, com a saída de atores d'O Tablado para o mercado profissional, Maria Clara Machado sentiu necessidade de buscar e fomentar novos talentos. Assim, surgiram os Cursos Livres de Improvisação. No princípio, somente Maria Clara dava aulas, mas, com o passar do tempo, seus alunos se tornaram professores ou integrantes do grupo, com diversas funções. O Tablado se transformava. De grupo de teatro amador virou escola de teatro. E que escola!

 

Mostra de esquetes

Idealizada e produzida pelos ex-alunos Lincoln Vargas e Alex Oliva Junior, a Mostra de Esquetes d'O Tablado acontece anualmente desde 1998, ano em que a primeira edição veio à luz. A Mostra tem como objetivo criar um espaço de experimentação para os alunos d'O Tablado, que vivenciam todas as funções do fazer teatral – atuação, direção, produção, criação de figurinos, cenários e trilhas sonoras etc.

 

O Tablado hoje

Em 2003, dois anos após o falecimento de Maria Clara Machado, sua sobrinha e discípula Maria Clara Machado Mourthé, a Cacá, tomou as rédeas desse maravilhoso cavalinho azul chamado O Tablado. Desde muito pequena, Cacá acompanhou a tia-mestra. Foi dirigida por Maria Clara inúmeras vezes e compartilhou com ela a criação de textos e a direção de espetáculos. Juntas, escreveram Passo a Passo no Paço (1992), Tudo Por Um Fio (1994) e Jonas e a Baleia (2000).

O Tablado é hoje, sobretudo, uma escola de teatro, um espaço de valorização da arte. É considerado Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro e seu espaço físico (desde meados dos anos 1950 localizada no Jardim Botânico) foi tombado pela Prefeitura carioca. Suas atividades artísticas também foram reconhecidas pelo Governo Federal.

Em 2020, a sede do Tablado começou a ser renovada, ganhando novas cadeiras. Assim, o espaço poderá receber o público com ainda mais conforto quando for reaberto, depois do aguardado fim da pandemia de covid-19.

 

Os livros De Maria Clara Machado

Casa editorial de Maria Clara Machado, a Nova Fronteira tem em seu catálogo mais de 20 títulos da autora. Além de assinar peças teatrais, Maria Clara, exímia contadora de histórias, também escreveu narrativas em prosa, adaptou contos de fadas clássicos, traduziu textos literários e organizou antologias, tendo sempre em mente o público infantil.

Dentre os destaques dessa vasta coleção de publicações, estão os seis volumes que reúnem toda a sua obra para o teatro infantil. Há também adaptações de texto assinadas por Maria Clara para as narrativas dos Irmãos Grimm e de Hans Christian Andersen.

Além disso, as versões em prosa das histórias de Pluft, o fantasminha e O cavalinho azul ganharam, em 2018 e 2019, respectivamente, novas edições, ilustradas pelo artista Marcus Moraes. O dragão verde será o próximo livro a ser relançado como parte desse projeto. Abaixo algumas das capas dos livros:

Traduções

A obra de Maria Clara Machado é reconhecida em todo o mundo e muitos de seus trabalhos já foram vertidos para línguas como o francês, inglês, alemão, holandês, sueco, russo, espanhol, árabe e outras.

 

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE MARIA CLARA MACHADO
EXPOSIÇÃO SOBRE A VIDA DE MARIA CLARA MACHADO – ABERTURA NO MÊS DE ABRIL
LOCAL: FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA
ENDEREÇO: R. São Clemente, 134 – Botafogo
Tel: (21) 3289-4600
EPISÓDIO DE “CAMINHOS DA REPORTAGEM” SOBRE A AUTORA: DIA 28/03, às 20h – TV BRASIL

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