A noiva do condutor, opereta de Noel Rosa, estreia dia 17/09, no Centro Cultural dos Correios

A noiva do condutor, opereta de Noel Rosa, estreia dia 17/09, no Centro Cultural dos Correios

Projeto celebra 80 anos que opereta foi escrita, além de homenagem a cidade do Rio de Janeiro. Formando uma história alegre, divertida e brasileiríssima, o espetáculo estreia dia 17 de setembro, no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, com Izabella Bicalho, Marcelo Nogueira e Rodrigo Fagundes. A direção de Djalma Thürler, direção musical de Glória Calvente, cenografia de José Dias e figurinos de Carol Lobato.

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Fotos: Victor Hugo Cecatto

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A opereta musical "A Noiva do Condutor", com texto e música de Noel Rosa, será montada este ano, em comemoração aos 80 anos desde que foi escrita e 30 anos depois que Marília Pera e Grande Otello gravaram um disco com as belíssimas canções de um dos maiores compositores da década de 30. Além de homenagear um dos mais talentosos compositores cariocas de toda MPB, "A Noiva do Condutor" se destaca por ser uma espécie de síntese das características de um dos maiores nomes da nossa musica. Talvez ninguém tenha falado tanto sobre o Rio de Janeirodo que Noel. 

A opereta conta a história de um condutor de bondes (Joaquim), que se faz passar por um advogado para conquistar o coração de sua amada Helena. A história segue com a oposição da família de Helena ao referido namoro e as peripécias de Joaquim para conseguir o seu objetivo: casar com sua amada. O enredo coloca em xeque os valores morais dos personagens, revelando o apego ao dinheiro e ao status social. Com humor e fina ironia, características fundamentais de toda a sua obra, Noel cria uma opereta tipicamente carioca onde os valores mudam a todo instante, de acordo coma conveniência do momento.

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Nesta obra de inegável valor histórico, o espectador encontrará vários discursos muito comuns em nossa sociedade atual, como choque de gerações, diferenças de classes sociais (rico-pobre), desvalorização e preconceito contra um trabalho sem status social, a hipocrisia e a utilização de máscaras sociais. A montagem traz as excelentes canções de Noel Rosa, ao mesmo tempo em que contribui para uma discussão sobre o teatro musical contemporâneo.

O projeto foi contemplado no II Programa de Fomento à Cultura Carioca 2014 e no edital de patrocínio dos Correios.

 

Serviços:

Centro Cultural dos Correios

Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ | Telefone: 2253-1580

Temporada de 17 de setembro a 08 de novembro

De quinta a domingo, às 19:00

Duração: 1h20min

Classificação: 12 anos

Gênero: Musical

Lotação: 200 lugares

R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

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Ficha Técnica

Texto e Músicas: Noel Rosa

Direção: Djalma Thürller

Direção Musical: Glória Calvente

Elenco: Izabella Bicalho, Marcelo Nogueira e Rodrigo Fagundes

Cenário: José Dias

Figurinos: Carol Lobato

Realização: Arte Mestra Produções

Direção de Produção e idealização: Marcelo Nogueira

Produção executiva: Lúdico Produções

Assessoria de Imprensa: Duetto Comunicação

 

NOEL ROSA e "A NOIVA DO CONDUTOR"

Noel Rosa (1910-1937) viveu 26 anos e, neste curto período de tempo, compôs cerca de 300 canções. Em 1935, ao voltar de um período de tratamento de saúde em Belo Horizonte, foi contratado para o cast da Rádio Clube do Brasil para cuidar da discoteca, escrever sketches humorísticos, texto publicitários, além de adaptações e paródias de óperas famosas, prática muito em voga nas rádios do Rio de Janeiro na época. A ideia consistia em escolher uma música de compositor conhecido e colocar uma nova letra em português que tratasse de assuntos do cotidiano ou da política da época. Foi o caso de "O Barbeiro de Niterói", por exemplo. Diferente das demais paródias operísticas, "A Noiva doCondutor" tem enredo e músicas originais escritas por Noel Rosa e Arnold Gluckmann.

O somatório de quase 300 músicas, com vários pontos que permitem costurá-las e dar-lhes unidade, em seu conjunto, constitui uma verdadeira obra, fruto de aproximadamente oito anos de trabalho, que vai de 1929 até o ano de sua morte, em 1937. Iniciava-se, por volta de 1930, uma demanda no primário mercado de música no Brasil, principalmente no eixo Rio - São Paulo, o que contribuiu para que muitos compositores de música popular compusessem com mais regularidade, dentre eles Noel. Gravadoras, como a Victor, produziam e vendiam os discos para um público consumidor que se formava; e veículos de comunicação de massa, como o rádio, jornais e revistas, tratavam da veiculação e promoção das músicas e seus autores.

Diferente dos compositores contemporâneos, que transitavam no campo do folclorismo, das modinhas e doromantismo açucarado, Noel tem como força motriz de seu trabalho temas que apontam para o perene e o universal. E são estes motivos que certamente ajudaram a popularizar suas músicas. Destacam-se, como os mais constantes, amentira, a perda, o dinheiro (a falta e o mal adquirido), o samba e o amor, todas presentes na opereta "A Noiva doCondutor".

E é assim, com vigor, inquietação e criatividade que Noel Rosa compôs "A Noiva do Condutor", que de alguma forma transita por muitos gêneros musicais de seu tempo, como a toada, a valsa, a rumba, a embolada, a marcha e, claro, o samba, gênero do qual foi também uma espécie de mediador entre o "samba do asfalto" e o "samba de morro". Fez parceria com mais de 60 compositores, mostrando sua capacidade de se adaptar aos mais diferentes estilos. Compôs, também por encomenda para atender cantores, produziu para o rádio, cinema e ainda fez uma paródia-bufa e duas revistas radiofônicas.

O distanciamento de Noel Rosa deste modelo é notório, e a prova disto é a forte marca de modernidade que suas composições trazem para a música popular. Essa característica também marca o projeto, que aproveita um Noel vanguardista, que através da linguagem de invenção, abandona a sintaxe parnasiana e a morfologia redundante para dar conta de um Brasil encoberto pela versão oficial da história.

Noel Rosa – Texto e Músicas

Noel Rosa (1910-1937) foi um compositor, cantor e violonista brasileiro. Um dos mais importantes artistas da história da música popular brasileira. Em pouco tempo de vida compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Entre suas músicas destacam-se: "Com que roupa", seu primeiro sucesso, "Conversa de botequim", "Feitiço da Vila" e "Fita amarela". Ficou conhecido como "O Poeta da Vila". Entre os anos de 1930 a 1937, Noel compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Entre os intérpretes de seus sambas destacavam-se: Aracy de Almeida, Francisco Alves e Mario Reis. Mestres da Música Popular Brasileira como Chico Buarque de Holanda e Paulinho da Viola fazem questão de realçar a influência que Noel Rosa teve em suas músicas. Noel Rosa morreu de tuberculose em 1937, em sua casa no Rio de Janeiro, com apenas 26 anos.

 

Djalma Thürler – Diretor Artístico

Artista interdisciplinar, autor, tradutor e diretor. Doutor em Teatro, Diretor de Teatro, Pesquisador e Professor doPrograma Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA, já dirigiu mais de 20 (vinte) peças, dentre as quais: "Coral, uma etnocenagrafia" (2014), "O diário de Genet" (2013), "Solo Almodóvar" (2013), "Buarqueando" (2013), "Salmo 91" (2012), "O melhor do homem" (2010), "A história do amor de Romeu y Julieta" (1999), "Esse mundo é um pandeiro – uma crônica musical" (2000-2001), "O lustre" (2002-2006), "Vodka com maçã" (2006-2008) e "Eu sempre tive a ilusão que um dia você ia me abraçar". É avaliador de dramaturgia do SESI/SP

 

Marcelo Nogueira – Ator / Produtor idealizador

Ator, cantor, diretor musical e produtor. Formado em Licenciatura em Música/Piano – pela UFRJ e Artes Cênicas pela Escola de Teatro Martins Penna. Seus últimos trabalhos em teatro: "Rádio Nacional", de Fátima Valença (supervisão Bibi Ferreira) e "Carmen - o It Brasileiro". Protagonizou o compositor F. Chopin em "Chopin e Sand - Romance sem Palavras" (2011/2012), de Walter Daguerre; "Rock in Rio – O Musical" (2013), de Rodrigo Nogueira e "O Grande Circo Místico" (dir. João Fonseca). Como Dir. musical/preparador vocal/produtor realizou: "O Gato de Botas – O musical" (2011), de Walter Daguerre; "Nós sempre teremos Paris", de Artur Xexéo (2012); "Domésticas" (2012) (dir. Bianca Byington); "Mostra Cacá Diegues – Cineasta do Brasil" (2012); e "Jukebox" – de Flávio Graff (2013). É diretor da Arte Mestra, produtora que articula educação, cultural e meio ambiente. Coordenador do projeto de documentários "Conexão Ambiental". Em 2014 / 2015 protagoniza o espetáculo musical "Agnaldo Rayol – A Alma do Brasil".

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