Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão e fez um bem-sucedido tratamento com imunoterapia. Tempos depois, ocorreu metástase no cérebro, e a jornalista teve de passar por cirurgia, que também teve êxito. No ano passado, começou uma nova fase do tratamento para combater outras metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias.
A jornalista deixa duas filhas: Maria, de 15 anos, e Laura, de 14, adotadas em 2009.
A perda de Glória Maria é enorme. Seu protagonismo ao abrir caminhos para outras repórteres, principalmente mulheres pretas, faz com que ela seja uma das maiores referências do telejornalismo brasileiro. Faz, no verbo presente, porque Glória Maria é eterna.
Trajetória
Glória Maria foi a 1ª jornalista a entrar ao vivo e em cores, no Jornal Nacional. Ao longo de cinco décadas de carreira, a jornalista mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos. Entrevistou chefes de Estado e celebridades, como Michael Jackson e Madonna.
Também cobriu a Guerra das Malvinas, em 1982; a invasão da embaixada brasileira no Peru por um grupo terrorista, em 1996; os Jogos Olímpicos de Atlanta, também em 1996; e a Copa do Mundo de 1998, na França.
Na TV Globo, desde 1970, passou ainda por Bom Dia Rio, RJTV, Jornal Hoje, Fantástico e Globo Repórter, último programa do qual fez parte.
Vida e carreira
Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou.
No início da juventude, Glória também chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista da Embratel.
Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo do Rio. Naquele tempo, sem internet, ela descobria o que acontecia na cidade ouvindo as frequências de rádio da polícia e fazendo rondas ao telefone, ligando para batalhões e delegacias.
A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro.
Sucesso no Fantástico e viagens
Em 1986, Glória Maria passou a integrar a equipe do Fantástico, programa do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. Ficou conhecida pelas matérias especiais e viagens a lugares exóticos, e por entrevistar celebridades.
Para o Fantástico, a jornalista viajou por mais de 100 países, passando pela Europa, África e parte do Oriente, quando mostrou um mundo novo ao telespectador.
Após dez anos no Fantástico, Glória Maria tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura e, ao retornar à Globo, em 2010, pediu para integrar a equipe do Globo Repórter, último programa do qual fez parte.
Em setembro de 2019, Sérgio Chapelin se aposentou, após 23 anos no Globo Repórter. A partir daquele mês, Glória Maria passou a dividir a apresentação do programa com a jornalista Sandra Annenberg.
"O Racismo dói na alma. Quem não é preto, nunca vai entender isso.", Gloria Maria (15/08/1949 - 02/02/2023)
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