O belo monólogo 'Mamãe' volta a emocionar no 'Espaço Cultural Sergio Porto' no Rio

O belo monólogo 'Mamãe' volta a emocionar no 'Espaço Cultural Sergio Porto' no Rio

Em curta tem temporada, "Mamãe" é um grande sucesso de Alamo Facó, escrito e representado brilhantemente pelo mesmo.

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 Izlene Cristina (atriz) e Fernando Marendaz  (Diretor de Teatro) prestigiaram o espetáculo.
Escrito por: Edésio Fera/Fotos: Edésio Fera (Divulgação)

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     Mamãe! Este é um 'grito' universal que todos nós temos historicamente guardado em nosso interior, enquanto marca fundamental em nossas vidas, em nossas almas e em nosso inconsciente coletivo, desde a primeira infância. Quando em dificuldade, quem é que nos vem a cabeça em primeiro lugar senão a nossa mãe? Nas ocasiões mais difíceis da vida, quase que sempre, o que se pensa é em "gritar" por ela, por nossa mãe, isso quando não o fazemos de fato. A palavra mamãe é uma marca, é praticamente uma chancela que está cravada, entranhada em todo ser humano, enquanto um arquétipo. Assim, ouvir, falar, escrever ou mesmo ler a palavra mamãe, já nos emociona de antemão.

 

edesiomamae2 Cláudio Egídio Hudolph (ator) com o ator de "Mamãe", Álamo Facó


     Imagine, então, quando esta vontade de ouvir ou até de gritar pela mãe, de um momento para o outro, passa a se dar em uma situação de perda, um momento em que nos damos conta de que ela, já não mais estará alí para nos acolher, nem ouvir ao nosso chamado, ao nosso "grito"? De forma que, dalí para frente, pode se gritar uma, duas, dez vezes, mas ela já não estará mais alí para nos ouvir e acudir, como sempre esteve quando necessitávamos. Não poderemos mais esperar que ela nos responda, nos escute e nos acuda. E é assim que o autor e ator descreve sua própria dor, a dor da perda de sua mãe. O seu desabafo vem em forma de dramaturgia, praticamente um registro real e verdadeiro de sua história relacionada a perda da mãe. É algo que se remete a todos nós, que nos é inerente e nos faz pensar, refletir, e que muito nos emociona.

 

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     Mamãe é um belíssimo e emocionante monólogo, uma história real vivida, e agora escrita e encenada pelo próprio autor e ator, Álamo Facó, que também assina a direção, junto a Cesar Augusto. E essa história se faz de forma tocante e que apaixona o público. Se dá enquanto uma espécie de catarse, um desabafo, uma lembrança e uma grande homenagem a própria mãe. É reflexiva e crítica, não poupando nem o sistema atual de saúde. A peça nos remete a pensar sobre vida e morte, sobre saúde e doença e como elas são tratadas, faz pensar sobre religiosidade, sobre crenças, sobre céu e inferno, sobre alma, espírito, família, posturas sociais, cultura, sobre o amor, sobre a dor do corpo e da alma, enfim, sobre nós mesmos. É um relato denso, porém se faz de forma leve e sutil, de algo que é pertinente a todos nós: vida e morte. É um monólogo para se sentir, pensar, analisar, refletir, relembrar, pontuar, vislumbrar situações difíceis da vida. Enfim, nos remete a pensarmos de forma bastante reflexiva sobre a vida, sobre vida e morte, sobre relações interpessoais, parentais, sobre amor, cuidados.

 

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     O espaço cênico do espetáculo é muito bem bolado, sem excessos, nem exageros, onde se transforma elementos simples, como um conjunto de cadeiras, em um espaço onde todo um contexto se desenrola. Alí, em meio a uma fumaça de vapores, visualizamos momentos de agonia, de alegria, reflexivos e até outros bem-humorados. Mostra uma mãe que aos poucos se vai, onde o filho se percebe em uma situação inusitada, estranha, quase que delirante. Conta uma história, uma situação, que por vezes se mostra triste, por outras até divertida. A Luz do espetáculo foge ao lugar comum, como já estamos mais do que acostumados a ver por aí na grande maioria das montagens teatrais. Praticamente deixa claro que não é necessário um enorme aparato de luz para se fazer um bom espetáculo. Luzes "comuns", como lampadas fluorescentes, lâmpadas de spot, entre outras, se tornam luzes que ao mesmo tempo que iluminam, também se fazem enquanto elementos cenográficos. E também, sem cenários exagerados, o simples se faz enquanto suficiente, essencial, significativo e belo.

 

edesiomamae5Izlene Cristina, Edésio Fera (o colunista que vos fala) e Cláudio Egídio Hudolph


     A misancene é bem bolada, é translúcida e ao mesmo tempo real. Os delírios, tanto de um personagem quando do outro, se fazem enquanto os reais delírios que são inerentes a todos nós. Nos identificamos: é humano. O trabalho de corpo é bastante acentuado, dedicado, belo, e na medida certa do que se pretende contar e mostrar. 'Mamãe' é um belíssimo e poético espetáculo que merece ser conferido, apreciado e assistido por todos os amantes do bom teatro.

 

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Comentários   

# Anna DCastro 14-03-2016 02:23
Matéria excelente... tal como excelente o espetáculo e a interpretação de Álamo Facó! Parabéns Edésio Fernandes - Ed Fera

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